sexta-feira, 28 de novembro de 2008

CABAZADAS À ANTIGA

Confesso que hoje não me apetecia escrever sobre futebol. Apetecia-me falar de tudo menos de bola. Como hão-de compreender, uma cabazada destas faz mossas na nossa boa disposição… Cinco a Um é marca para dar, não para receber!

Enfim, ainda bem que não vi o jogo do Olympiakos-Benfica (afazeres escolares fizeram com que os prazeres da bola ficassem subalternizados), quer dizer, evitei um sofrimento inesperado de hora e meia de estupefacção e exaspero, sem dúvida, mas fica aqui um aviso à navegação encarnada: temos de saber construir uma equipa consistente, aprender a não cometer os mesmos erros que nos fazem ficar gregos, e apoiar o Glorioso já no próximo jogo com o Vitória de Setúbal!

Temos de apontar as baterias ao Campeonato, de modo a dar uma merecida alegria a todos os benfiquistas!

E volto a repetir: Cabazadas destas, à moda antiga, são para darmos, não para receber! Ao menos, a nossa capacidade de resiliência torna-se mais forte com estas agruras.
Um abraço amigo a todos os benfiquistas.
Viva o Benfica!

(nota de rodapé: parabéns à nação sportinguista pela 1ª passagem à fase final da Champions. Quanto ao Porto, mesmo jogando mal, lá vão levando a água ao seu moinho. Ninguém se esqueça, porém, é das falcatruas que durante anos foram feitas pelo Papa do FêCêPê e que os deveriam expulsar não só das competições maiores quer da UEFA como da Liga Profissional portuguesa!)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Uma Coisa Sem Importância?


Lembro-me de um bom treinador de futebol, Paulo Autuori, que teve uma fugaz e não muito gloriosa passagem pelo Benfica, ter dito, certa vez, que «o futebol é a coisa mais importante das coisas sem importância».


Esta frase, se durante muito tempo serviu para me ajudar a superar certos desapontamentos desportivos, não deixava de provocar em mim sentimentos contraditórios, difíceis de conciliar… O quê? O desporto-rei empurrado para um canto de significâncias sem importância? Impossível! Não pode! Mas, de facto, se comparado com toda uma multiplicidade de vivências diárias, isto é, comparado com todas as dificuldades e constrangimentos que qualquer ser humano, seja mais ou menos privilegiado, tem, a fria racionalidade assim parecia dar razão à estratificação dessas tais coisas, numa hierarquização de importâncias, como se estas se agrupassem em diferentes “campeonatos”, umas com direito a jogarem na primeira divisão, outras na liga secundária, e assim por diante.


No entanto, por esse prisma, de que forma então poderíamos compreender e catalogar todas as emoções, alegrias, paixões, encantos e desencantos que todos os adeptos do futebol têm no seu código genético? Não terão lugar estas vivências direito a ocuparem lugares da maior importância no campeonato daquilo que é a nossa vida? Penso que sim. Da mesma forma que a realidade é múltipla, também nós o somos. E é essa mesma realidade, pluridimensional, que me faz viver intensamente cada momento da minha vida, seja numa segunda-feira de trabalho como numa noite europeia, e querer sempre acreditar numa realidade plena, sedimentada com razão e paixão!


Aliás, de que outro modo é que eu poderia estar a ver o último jogo para a Taça de Portugal do Benfica vs Desportivo das Aves, olhar para o marcador, e constatar com algum aperto no coração que o placard ainda anunciava 0-0 aos… 24 segundos de jogo? Se até já tinha havido uma jogada de ataque que quase dava golo aos 15 segundos, para o Benfica? Ou, outrossim, numa inacreditável noite em que o SLB levou 7 secas do Celta de Vigo e eu, a 20 minutos do fim, com o Benfica a perder 4 ou 5 a zero, ainda pensava que podíamos dar a volta ao marcador?


É essa mesma paixão, essa tão grande importância que alegra e anima a vida de milhões de benfiquistas no mundo inteiro que me levou hoje a perceber, finalmente, a verdadeira contextualização da afirmação do Paulo Auturori. Cá para mim, ele disse aquela baboseira antes de ter passado pelo Benfica!!!

domingo, 2 de novembro de 2008

Onde é que já vi isto?

Acabei de ver um jogo de bola entre o Benfica e o Guimarães. O Benfica é a minha equipa, já se sabe, o Guimarães é a equipa que o meu sogro mais odeia (porque ele é da Académica e há aquela velha história do caso N`Dinga, tempos em que o António Oliveira dominava o futebol vimaranense).
Poderia ter sido um bom jogo. Todavia chocou com um árbitro que gosta de ser protagonista. Falo do senhor Carlos Xistra. Já o tenho visto fazer boas arbitragens. Ou, pelo menos, até um determinado momento. Mas depois, mete os pés pelas mãos, gosta de uma ou duas decisões polémicas para o mostrarem na fotografia, adora os apupos do público (quanto mais o apupam mais polemicazinha tenta arranjar) e, do ponto de vista disciplinar, excede-se e abranda-se a cada jogada, ora mostrando amarelos a torto e a direito ora guardando-os bem guardadinhos. Enfim, poderíamos estar na presença de um bom árbitro, não fosse esta mania de dar nas vistas.
A verdade é que os árbitros em Portugal estão habituados a aparecer. A que se fale deles. Temos um longo historial de gajos vaidosos e que fazem poses para as câmaras a rivalizar com as do Ronaldo e Nuno Gomes, basta lembrarmo-nos do Jorge Coroado, que esse também dava o dito e oito tostões por uma decisão polémica (e habituou-se tanto a aparecer que agora quer fazer carreira na comunicação social). E, se calhar, é este o grande problema da arbitragem: os rapazes gostam de dar nas vistas, falta-lhes discrição. Querem uma parte do bolo da atenção sobre eles, que se lhes discutam os lances com a mesma paixão que se tecem considerações sobre os sistemas tácticos ou as trivelas e marcações.
E, assim, cá estive eu a fazer-lhes o favor e a falar neles.