domingo, 4 de janeiro de 2009

Ainda a propósito das arbitragens e corrupções

O "Amigo Zé" deixou aqui um post que, confesso, me deixou um tanto confuso. Referiu, por entre bonitas metáforas de inspiração trivelar, que essa história da corrupção em Portugal não seria assim coisa tão grande, como se esta fosse um desígnio natural do futebol dos novos tempos - a que, graciosamente, chamou "futebol total" -, em que é preciso ser-se dono da bola, do estádio, das influências e tal e coiso. E acrescentou -espante-se - que esta corrupção não é só em Portugal. Espante-se porque, com o mal dos vizinhos posso eu bem. Não é por na minha rua todos os maridos baterem nas mulheres que será mais natural eu faze-lo à minha.... Todavia noto, Amigo Zé, que nos jogos internacionais que tenho o prazer de ir vendo em transmissões televisivas (e que balúrdio pago eu para esse vício) não tenho visto estes estranhos e calamitosos erros de arbitragem. O que quererá dizer muita coisa, quase tudo. E também não ouço depois os árbitros a virem, muito lestos, para a praça pública dizerem que não erraram. Ou se calam porque como árbitros que são muitas mais vezes errarão e não têm que estar sempre a dar justificações, ou assumem as suas falhas, o que só lhes ficaria bem. Posso compreender a desvalorização desses erros de arbitragem ao Jesualdo, já de ti....
Depois há a questão da "troca das sapatilhas". Perguntas-me o que tem a ver a corrupção no nosso país com o PS. Penso que bastará aolhar para o caminho que o país tem trilhado nos últimos anos para percebermos como a corrupção tem aumentado: clientelismo autárquico, tráfico de influências, políticos que são administradores de empresas favorecidas pelo Estado, gestores do empresas públicas que passam para a concorrências após terem tido baixa, ordenados chorudos dos gestores, favorecimentos ao grande capital. Tudo perante a continuidade do não-funcionamento do sistema judicial, incapaz de condenar criminosos, incapaz de ilibar inocentes, e incapaz de fazer algo que se veja sem umas prescrições ou erros processuais. Tudo isto é anterior ao PS, reconheço-o. Mas a verdade é que veio piorando nos últimos anos (e talvez seja por isso que, segundo julgo, estivemos os dois envolvidos numa campanha independente aquando das últimas presidenciais, desculpa se estou enganado a este respeito).
Por último a questão da barriguinha. Engraçado que me julgues de ventre proeminente. Para que os nossos caros leitores, que não têm acesso à minha foto nem frequentam o snack-bar da Julinha (o tal que fica por baixo do telhado do Gato Esteves) não me julguem um gordinho: meço mais setenta e nove centímetros que o metro e peso apenas 82 kilos, quase todos eles músculo e ossos. Bem vês que me considero uma força da Natureza. É que tenho de estar pronto para os momentos que aí vêm.
(acrescento que não vejo a vida como um rectângulo mas antes, como dizia um personagem de Somerset maugham, um quadrado sem ângulos).
E que o nosso Benfica traga hoje três pontinhos da Trofa e o meu Nacional (tenho um avô madeirense) também. Tudo sem erros processuais.

1 comentário:

O Amigo Zé disse...

Ora ainda bem que estamos a falar de coisas importantes neste blogue e não só "no outro"! ehehehe

Então, o que se passa, caro Patinha?
Vejo que ficaste realmente confuso com a minha opinião (quase diria “com tranquilidade”, se fosses sportinguista), quer dizer, onde raio digo eu que «que essa história da corrupção em Portugal não seria assim coisa tão grande»? Não digo tal. Digo, sim que «A corrupção e o medo são elementos que jogam quer em Portugal como em qualquer outro país», ou seja, que a corrupção é coisa comum em qualquer país, e no fim explico: «Onde Há Dinheiro Há Corrupção».
E também digo que não tem de ser assim. Como tu, também participei na campanha da afirmação da cidadania, desde o primeiro momento. E ela constrói-se diariamente.. o combate da seriedade, da honestidade, da transparência e das novas práticas. Daí que quando o Amigo Patinha diz que «este país está dominado pela corrupção e pelo medo», tenho que discordar abertamente, pois não concordo com a generalização do assunto, com o termo «país»… mas o mesmo já não direi em relação ao futebol nacional, ao tal Sistema instalado e que foi apanhado nas escutas mas ainda não julgado...

Enfim, é a minha opinião, e cada qual terá direito à sua. Este é um dos condimentos democráticos que me faz gostar de escrever neste blogue. Agora, claro, o amigo é livre de escrever «noutro blogue onde é meu hábito debater assuntos mais sérios», como se por aqui se tratassem de coisas menores… Oh meu amigo! Que surpresa tive ao ler isto! Enfim, falemos de coisas realmente importantes: que o Benfica ganhe na Trofa!
E um grande abraço!