terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A polémica está lançada?

... e eis que à 14ª jornada o Benfica sai beneficiado pela arbitragem (SLB vs Braga: 1-0).
No lance do golo, após livre directo, o defesa David Luiz atira a contar partindo de uma posição ligeiramente adiantada. Fora-de-jogo por uns centésimos de segundo, mas fora-de-jogo. Mais tarde, noutro lance protagonizado por Luisão, num carrinho apertado, ficou por marcar um penalti contra o Benfica. Duas situações de difícil análise dentro do campo, à velocidade normal, mas indiscutíveis em câmara lenta.
Dessa forma, e graças ao empate a zero do Porto na recepção ao Trofense (quem diria?), o Benfica está de novo no 1º lugar da Liga, com 29 pontos, os mesmos do Sporting (ganhou 2-0 ao Marítimo), estando o Porto agora no 3º posto com 28.
Ora a polémica, como está bom de ver, não poderia deixar de acontecer, com situações do «deve e de haver», levantando suspeitas de compensação sobre os estragos provocados ao clube da luz na jornada anterior pela arbritragem. Ora, quanto a isto, tenho a seguinte opinião: no lance do golo mal anulado ao Benfica contra o Nacional, aos 92 minutos, o que se passa é que o jogador do Benfica está caído no chão, completamente deitado de costas para a baliza, e um defesa a dois metros dele chuta-lhe a bola quase de dentro da linha de baliza num alívio desesperado, acertando no jogador encarnado. Toda a gente viu um lance normal, menos o árbitro. Nestes 2 lances contra o Braga, qualquer deles de díficil análise, quer pela velocidade que se desenrolam como pela aparente legitimidade ou normalidade que dentro do campo poderiam ou pareciam ter, não diferem muito dos inúmeros fora-de-jogo mal assinalados em quase todos os jogos do campeonato e/ou de faltas que ficam por marcar, como de cartões e/ou expulsões que ferem ou não de legitimidade todos as jornadas.
Quero eu com isto dizer que, de facto, o Benfica foi beneficiado em dois julgamentos da arbitragem nesta jornada. Por outro, que é um absurdo querer comparar ou meter no mesmo saco estas duas situações polémicas, por distintas que são: uma, originada por um erro clamorosamente grosseiro e estoutra que é infelizmente comum por estes estádios fora, e com elevadas tendências persecutórias para os inimigos do Sistema, seja por corrupção tentada ou efectiva, seja por prática de crimes de corrupção desportiva e activa. Não sou eu que o digo, são os trbunais cíveis e desportivos que o provaram. Entretanto, aguardamos as penas para os responsáveis desta pouca-vergonha.
Depois, e essencialmente, considero que falta uma "lavagem" transversal e absoluta a todas as estruturas desportivas nacionais, que coloquem novas práticas e processos de forma irrepreensivelmente transparentes e uniformes os critérios de avaliação, de nomeação e de justiça no campo da arbitragem, dos Conselhos de Jurisdição e dos restante órgão de cúpula, de modo reproduzirem conceitos tão velhos e esquecidos como o respeito, a integridade, a honestidade e o bom interrelacionamento entre os diversos agentes e organismos federativos ou associativos do futebol profissional, com a Liga de Clubes liderando o processo, por nomeação inequívoca dos clubes. Chegados a este ponto, também se torna indispensável que haja um completo saneamento de alguns dirigentes clubistas que visam o seu proveito pessoal acima dos interesses dos seus emblemas. Ainda acredito que seja possível levar o Futebol a bom porto.
E, assim, a polémica está instalada. E ainda bem que está instalada! É necessário abanar os sinistros interesses que escamoteiam a verdade desportiva e colocar as pessoas de bem, que as há, do norte ao sul do país, à frente dos destinos do futebol português.
Um abraço a todos.

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